Por Jader Soares
Foi no dia 7 de setembro de 1947 que Chico Anysio estreou como artista. Tinha 16 anos, cara de 12; isso, sendo muito otimista. O menino era miúdo, esquelético e o pé que era um chibata! De cima à baixo formava um “L” como ele mesmo dizia. Chico achava que tinha talento para fazer graça. Mostrava seu potencial em casa para a família e também para os amigos do futebol. Era doido por bola! Em casa, a irmã Lilian dava uma corda danada para ele se inscrever num programa de calouros. O pessoal do futebol, idem!
Então pronto! Fez a inscrição no Programa Papel Carbono, de Renato Murce, na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Preparou um número com 32 imitações de vozes de gente famosa da época, e mandou ver! Fez bonito! Tirou o primeiro lugar.
Contando assim parece ter sido tarefa simples, mas não foi! Na ocasião, o menino suava, e tremia mais do que vara verde. Quando falava sobre este dia, sempre dizia que sua estreia “foi uma parada”, referindo-se ao 7 de setembro.
O interessante é que calhou de 7 de setembro ser um dia importantíssimo para o rádio brasileiro. Foi exatamente nesta data do ano de 1922, aniversário de 100 anos do Grito do Ipiranga, que o rádio fez sua primeira transmissão no Brasil, do alto do corcovado, no Rio de Janeiro. Hoje, 7 de setembro de 2022, data do bicentenário da Independência, o rádio também está sendo comemorado, e, apesar da TV e da Internet, ele continua vivo. Aliás, mais vivo do que nunca!
Será que no céu tem rádio? Se tem, com certeza, hoje, no horário nobre, tem um programa especial sobre os 75 anos da estreia de Chico Anysio.
Chico e rádio, rádio e Chico, uma mistura que deu certo!